Uma das joias mais famosas das últimas décadas é o “Le Coeur de la Mer” (O Coração do Oceano), colar oferecido à personagem Rose DeWitt Bukater (Kate Winslet) pelo seu noivo, Cal Hockley (Billy Zane), no filme “Titanic” (1997). Na ficção, a pedra teria sido relapidada a partir do Diamante Hope, ou French Blue, que pertencia originalmente à Coroa Francesa.

Na História, ela apareceu pela primeira vez em 1668, quando foi ofertada ao rei Luís XIV por um mercador francês chamado Jean-Baptiste Tavernier. O diamante teria sido roubado de um templo hindu na Índia, onde decorava um dos olhos da deusa Sita. A pedra preciosa, que originalmente tinha 112 quilates, foi lapidada em forma triangular pelo joalheiro da corte francesa, Sieur Pitau, que a cravejou com diamantes brancos menores, de acordo com o gosto do Rei Sol. A ilusão da cor azul se deve à presença de boro em sua estrutura cristalina.
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A magnífica peça passou sucessivamente aos descendentes de Luís XIV até ser oferecida a Maria Antonieta por Luís XVI como presente de casamento.
Com a Revolução Francesa, as joias da rainha da França foram entregues à Convenção Nacional e, por quase duas décadas, o paradeiro do Diamante Azul da Coroa permaneceu desconhecido.

Ele só reapareceu em 1812 nas mãos do mercador londrino Daniel Eliason e foi depois vendido para Henry Philip Hope, que rebatizou a pedra com seu sobrenome. Em seguida, a joia foi exibida na Exposição Universal de Londres de 1851 e na Exposição Universal de Paris, em 1855. Ela permaneceu entre as posses da família Hope até o ano de 1901, quando foi novamente vendida para quitação de dívidas. Depois disso, passou por uma série de donos e donas até ser comprada por Harry Winston, em 1949. Mas, diferentemente do final de “Titanic”, a joia original não acabou parando no fundo do Atlântico Norte e sim no Instituto Smithsonian, por doação do próprio Winston.
Ali, o verdadeiro “Coração do Oceano” pode ser admirado até os dias de hoje.