Conteúdo exclusivo para assinantes
por ALANA SOUSA
Quando deixou a realeza, o príncipe Harry recebeu ainda mais atenção do que estava acostumado. Desde a perda precoce da mãe, a princesa Diana, até o casamento amplamente divulgado com a ex-atriz Meghan Markle, o Duque de Sussex sempre se viu sob os holofotes.
No entanto, ao anunciar a saída da corte britânica, se distanciando da avó Elizabeth II, do pai Charles e do irmão William, a imagem de Harry passou por transformações profundas. Com sua popularidade aumentando para o mundo, mas decaindo no Reino Unido, o príncipe constantemente concede entrevistas nas quais abre o jogo sobre como era sua vida na monarquia europeia.
Porém, engana-se quem pensa que a mídia começou a prestar atenção em Harry apenas nos últimos anos; desde a juventude, o britânico protagoniza momentos marcantes, que nem sempre foram bons.
A perda da mãe
Com apenas 13 anos, Harry teve que enfrentar seu maior desafio: o acidente fatal que tirou a vida de Lady Di. Assim como o menino, o mundo ficou de luto pela princesa e a população inglesa exigiu um funeral real para homenagear a tão amada Diana.
Um dos momentos mais emocionantes foi o cortejo fúnebre, que contou com Harry e William andando por cerca de 30 minutos atrás do caixão da mãe. O episódio só foi possível graças à força do avô Philip, que se ofereceu a acompanhar os netos, se relacionando com a dor da perda por já ter enfrentado a morte da princesa Alice de Battenberg.
Em uma entrevista recente para a série ‘The Me You Can’t See’, da Apple TV+, Harry confessou ter feito uso de álcool e substâncias ilícitas como forma de encarar o luto. “Mas eu comecei a perceber: ok, não estou bebendo de segunda a sexta, mas eu provavelmente estou bebendo o equivalente de uma semana em uma noite de sexta ou sábado. Eu bebia sozinho não porque apreciava aquilo, mas porque estava tentando mascarar algo”.
A relação conturbada com o pai, o príncipe Charles, foi um dos fatores decisivos na adolescência de Harry. Desde cedo, o filho primogênito de Elizabeth II se mostrava distante e frio. “Meu pai costumava dizer para mim e para William quando eu era mais novo: ‘Bem, foi assim comigo, então é assim que será com você’. Isso não faz sentido. Só porque você sofreu, não significa que seus filhos precisam sofrer. Pelo contrário”.
Controvérsias
Conforme os anos iam passando, a figura de ‘garoto problema’ foi um rótulo constante da mídia para descrever Harry. No início da década de 2000, a imprensa divulgou que o jovem príncipe fumava maconha, chocando os admiradores da família real. A informação, mais tarde, foi confirmada pelo Palácio de St. James.
Pouco tempo depois, Charles organizou uma visita a um centro de reabilitação de dependentes de drogas e álcool como forma de conscientizar o filho. Embora, os anos seguintes tenham seguido por outra direção.

Em 2004, um fotógrafo disse ter sido agredido por Harry na saída de um clube, no qual o duque estaria festejando e bebendo com amigos. Um porta-voz da corte inglesa comunicou que o príncipe estava apenas se defendendo da invasão dos paparazzi e que “ao afastar a câmera, entende-se que o lábio de um fotógrafo foi cortado”, conforme repercutiu a BBC.
O ano de 2005 foi marcado pela maior polêmica de Harry até os dias de hoje. Em uma festa fanatsia, o filho mais novo de Diana decidiu ir vestido de nazista, com direito a suástica no braço.
Depois, o Duque de Sussex admitiu ter feito uma má escolha e se desculpou pelo ocorrido. Ainda assim, a imagem circula na internet e ajudou a consolidar uma reputação turbulenta para o jovem.
“Eu provavelmente estive muito perto de um colapso emocional completo em várias ocasiões, quando todos os tipos de tristeza e todos os tipos de mentiras chegam a você de todos os ângulos”, disse em entrevista ao Daily Mail em 2017.
Quase dez anos depois, em 2012, outra imagem estampou a primeira página dos jornais do Reino Unido: a foto trazia Harry pelado ao lado de uma mulher em um hotel de Las Vegas,EUA. Na época, o príncipe fazia trabalhos militares e utilizou disso para justificar seu comportamento.
“Provavelmente me decepcionei, decepcionei minha família e decepcionei outras pessoas”. E acrescentou que “foi provavelmente um clássico exemplo de eu sendo demasiadamente do Exército, e não suficientemente um príncipe”.
Das polêmicas a caridade

Hoje, com 33 anos, Harry se dedica a trabalhos humanitários lidando com veteranos de guerra e estigmas relacionados à saúde mental. Após tantos anos no Exército, Harry sempre se lembra com honra de sua dedicação a seu país.
Vivendo nos Estados Unidos ao lado da esposa Meghan Markle e do filho Archie, Harry será pai de uma menina em breve. Trabalhando duro para mostrar que a realeza não é um conto de fadas, ele também se dedica a conseguir vacinas contra o coronavírus para países menos favorecidos.
As escolhas de Harry se assemelham às de sua mãe, optando pela distância do luxo da monarquia, o príncipe tem suas prioridades claras. De ‘garoto problema’, se tornou um exemplo de força e consideração ao próximo, assim como Diana um dia sonhou.